Era uma Sexta -feira. Eu estava de férias, a Copa já tinha
acabado.
Combinei com a minha melhor amiga de irmos para a minha balada favorita. Como de costume, fui para o meu treino a noite. Estava esperando o ônibus, ia para a cada da minha avó pegar o carro e depois iria ne arrumar pra sair. Mas minha amiga me mandou uma mensagem:
- "Amiga, não estou no clima de balda hoje, passei mal no trabalho. Mas a minha amiga nos chamou para ir em um bar com sinuca."
Tudo bem, nem tudo estava perdido. Prossegui como planejado, peguei o ônibus e fui até a casa da minha avó. Cheguei lá já era tarde e ela não queria emprestar o carro! No fim, deixou. Mas de birra me fez tirar o carro da garagem para ver se eu desistia. Não não, mesmo depois de deixar o carro morrer 5x tentando sair da garagem, lá estava eu a caminho de casa.
Me arrumei pra ir pro bar! Nada de muito extravagante. Minha calça rosa favorita, meu sapato de ponteira dourada, jaqueta de "couro", brinco grande... Lá vamos nós. Busca uma, busca outra. Chegamos. Via de regra procuramos uma vaga na qual não se precisasse manobrar.
Ao entrar no bar os amigos da minha amiga estavam jogando sinuca e se divertindo. Legal. Cumprimentei todos mas sem querer esqueci de um deles. Um minuto depois já estavam todos misturados novamente e eu já não sabia quem era quem. No fim, não cumprimentei.
Olhei olhei olhei e gostei de um! Fiquei no celular o tempo todo pra disfarçar e avaliar se o menino estava disponível, interessado, etc. Chamei minha amiga e disse, gostei de um! E ela olhou e riu. E perguntou, "não é do João né?". Eu ri e disse que não sabia quem era João. Então ela olhou novamente e perguntou "ele usa óculos?". Nós duas rimos, pois todos usavam óculos. No final resolvi contar. Ela apenas disse que não conhecia e que a amiga dela também não. Não sabíamos se o nome dele era Paulo ou Lucas.
No final das contas passei a acreditar que seu nome e era Paulo. Tudo indicava. Resolvemos ir comer em outro bar, e no caminho da saída João (que eu já sabia quem era) falou " Paulo, você não precisa de bala, você não vai beijar ninguém hoje. Ah não, por que ele esta dizendo aquilo? Disfarcei, não olhei e não contei para as meninas. Mas chegando no carro resolvi contar. Íamos seguir o carro deles.
Durante todo o caminho fomos nos perguntando o porquê João teria dito isso para Paulo! No caminho para o bar, eu estava tremendo de medo, íamos para a cidade vizinha e eu nunca tinha feito isso sozinha... Ok eu tinha as meninas mas não é a mesma coisa. Os meninos no carro da frente ficavam olhando pra trás o tempo todo e eu já estava com muita vergonha. Chegamos no outro bar, inteiras, sem deixar o carro morrer, e sem bater o carro. Os meninos tiraram sarro do tempo que levei para estacionar (ou para chegar no bar pois eles espertos conseguir a última vaga em frente ao bar).
Paulo (que logo descobrimos que era Lucas) se sentou a uma cadeira do lado da minha amiga e eu me sentei ao lado dela. Quando ela percebeu ordenou que eu trocasse de lugar com ela, pra afinal ficar perto dele. Conversamos bastante, o João quer fazer o mesmo curso que eu faço na faculdade então aproveitei a oportunidade para mostrar o que tenho de melhor e falar das coisas que eu conheço, tentando impressionar o Lucas. Contei o mico que paguei na aula de Filosofia e Lucas ficou bem interessado. Lembrei que minha avó sempre pede pra eu tirar o documento do carro quando sair, mas eu esqueci. E pra piorar não me lembrava de tinha trancado a porta do carro. Precisava ir verificar. Pedi pras meninas irem comigo e elas não quiseram. Pedi pra Bruno (um conhecido meu que também estava conosco) mas ele fez cara de quem não estava entendendo nada. Então Lucas disse que iria e logo se levantou. Achei que isso significasse "ele está afim de mim também e deve aproveitar a oportunidade" Olhei pras meninas e quis matá-las pois a cara delas não disfarça a nada.
Saímos mas eu não me lembrava bem qual era a rua que tinha estacionado o carro e perguntei se ele sabia, então ele disse que nos viu saindo de tal rua. Ele estava certo, olhei, o carro estava trancado. Peguei o documento e me certifiquei de trancar novamente. Ele ficou o tempo todo distante. Nenhuma aproximação que demonstrasse interesse. Voltamos para o bar conversando e ele me contou do dia que o pai dele esqueceu ele na praia. Acho que era só pra descontrair e eu não ficar tão preocupada por ter esquecido de pegar o documento etc. Quando chegamos Paulo estava na porta do bar e Lucas parou para conversar com ele. Então eu entrei, sozinha. Me abanei com o documento e antes que eu pudesse dizer "uffah estava lá" as meninas já começaram a dar risadas e tirar com a minha cara. Fiquei assustada. Quando eu sentei elas me pediram pra contar tudo o que aconteceu. E eu disse "nada!". Ha! Elas não acreditaram. Claro... Eu cheguei vermelha e me abanando como disse João... Mas era verdade, não aconteceu nada. Os meninos voltaram e o assunto morreu.
Continuamos lá conversando e comendo. Não muito tempo depois fomos embora. Já na rua Lucas veio fazer uma piadinha comigo, gritou pela janela do carro que ele estava: "Oh, o carro tem 5 marchas tá!". Rimos mas eu fiquei meeeeega sem graça, claro!
Depois de tudo isso tive que explicar para as meninas que não tinha acontecido nada naquela hora e que só conversamos e blah blah blah. Os meninos foram embora sem nos esperar e então combinei com elas que procuraria o Facebook de Lucas através do Facebook do amigo delas, João. Então quando cheguei em casa minha amiga me enviou o Facebook de João, eu adicionei e procurei pelo Lucas. ACHEI, uhu legal. Mas não tão legal assim. Lucas não usava aliança nem nada mas no Facebook estava escrito que ele tinha namorada e tinha inclusive o nome dela. Droga! Por isso que não aconteceu nada mesmo. Falei pra minha amiga e ela ficou super chateada também...
De qualquer forma adicionei, quando ele aceitou na manhã
seguinte mandei uma mensagem:
EU - "Chateada..."
ELE - "Por que?"
EU - "Lucas está em um relacionamento serio com Ana."
Ele mandou uma risada e disse: "Não estamos mais juntos.
Terminamos ontem."
CARAMBA!!! Nesse dia, Sábado, eu estava indo para São Paulo e
ele também. Lugares diferentes e meios de transportes diferentes. Ele voltaria
no Domingo e eu na Segunda. Trocamos número de celular e mantivemos contato.
Ele disse que se eu voltasse no Domingo podíamos ate tentar marcar alguma
coisa. Fiquei suuuuper ansiosa claro. Meu compromisso era no Domingo mas deu
tudo errado. Então logo comprei a passagem de volta e a primeira coisa que eu
fiz foi mandar mensagem para ele avisando.
Ele perguntou se minha empolgação tinha alguma coisa a ver
com a possibilidade de nos encontrarmos e eu disse que "também" (pra
não ser muito atirada ou melhor, mais do que já tinha sido). Então ele disse
que passaria na minha casa a noite e depois decidiríamos o que iríamos fazer.
Dito e feito. Na hora combinada ele estava parado na esquina da minha casa com
o carro branco do pai dele, em baixo do freio de mão tinham várias balas de
hortelã e eu entrei, disse 'Oi' com um sorriso sem graça e ele também, e nos
beijamos. E foi um beijo bom, com a hortelã da bala dele e a menta do meu
chiclete.
E foi assim que tudo começou.
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